As obras em Lagoa do Barro estão previstas para iniciar em junho de 2016 e deverão durar, aproximadamente, dois anos. No auge da obra, serão gerados 800 empregos direitos e quase 2.000 indiretos. Na primeira fase, o investimento vai gerar 195 megawatts de potência instalada. O parque será interligado ao sistema nacional de energia.
“Recebemos os representantes da área jurídica da Atlantic e propusemos a realização de um convênio que prevê a realização do trabalho de campo pela própria empresa devido à dificuldade momentânea do órgão em atender a empresa com a agilidade que ela precisa. Após a realização do trabalho, eles vão trazer para o Interpi analisar e, se tiver de acordo, os títulos serão emitidos. Esta é uma ação inédita no Piauí que foi inaugurada com o primeiro convênio assinado com a Casa dos Ventos”, explicou o diretor-geral do Instituto, José Osmar Alves.
Segundo o diretor, as famílias que vivem nas terras que serão regularizadas pela empresa vão ser beneficiadas com os títulos e com os contratos de locação e continuarão a trabalhar nas áreas, sem problemas. “O Estado vai economizar com o trabalho de campo, como o levantamento cadastral das famílias e georreferenciamento das áreas, recebendo ainda 50 reais por hectare regularizado. Este dinheiro será destinado ao Interpi para dar continuidade ao trabalho em benefício dos pequenos agricultores”, falou José Osmar.
O advogado falou das vantagens do trabalho para as famílias que moram nas áreas que serão regularizadas e para o poder público. “Toda vez que um empreendimento de energia eólica se estabelece numa região, surgem vários benefícios: O primeiro de todos é a renda anual que é disponibilizada aos proprietários das terras. O parque paga o aluguel pelas instalações das estruturas. Outro benefício são as melhorias das estradas rurais e os empregos gerados no momento da instalação. Depois, quando o projeto entra em funcionamento, uma parte do faturamento gera tributos para o Estado, União e para os municípios”, falou Edigar Cavalcante.
Ele afirmou que o parque não compra as áreas. As terras permanecem sendo dos proprietários que vivem no local. “O parque vai remunerar com uma média de 300 a 400 reais o hectare atingido. Os proprietários que arrendaram suas terras recebem, independente de ser instalados geradores ou não. Quando as propriedades são atingidas por estruturas como estradas, linhas e subestações, os proprietários recebem proporcionalmente a estas estruturas”, afirmou Edigar.
Ele revelou que as regiões com bons ventos no Piauí são consideradas muito propícias para a geração de energia. “Tecnicamente, os ventos vão de 8 a 9 metros por segundo, uma potência muito interessante. O barulho dos ventos no alto da serra é mais elevado do que o valor recomenda pelo OMS. Todos os impactos do parque eólico são mitigáveis e muito pequenos se comparado com os benefícios que trazem. Se comparada com as hidrelétricas e termelétricas, o sistema eólico não gera impacto. A cada vez que a eólica entra em funcionamento, torna-se menor a dependência do Brasil às termelétricas que são poluentes”, afirmou o advogado.
A Atlantic é composta pelo fundo de investimentos Atis Brasil, pela Pattac Empreendimentos e Participações e pela empresa espanhola Servinoga, que tem vários negócios na Europa. A segunda fase do projeto da empresa, que está prevista para entrar nos leilões em 2016, inclui os municípios de Queimada Nova (PI), Casa Nova (BA) e Afrânio (PE).
Informações: Governo Estadual