Museu do Piauí |
Segundo a diretora do Museu, Dora Medeiros, a
Semana vem sendo responsável pela manutenção da questão indígena em pauta no
Estado. “Felizmente vivemos um momento onde os remanescentes indígenas do Piauí
começam a se manifestar cada vez mais. E o Museu teve e continua tendo um papel
decisivo nesse processo ao manter uma agenda de discussão anual com a
realização da Semana. Agora, é preciso ir além do resgate. Precisamos ajudar na
promoção desses direitos, mas isso passa por uma mobilização de toda a sociedade,
envolvendo remanescentes, órgãos públicos, pesquisadores e pessoas preocupadas
com a situação do índio no Piauí”, ressalta Dora.
De acordo com informações do Censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, o Estado possui
quase 3 mil pessoas que se autodeclaram remanescentes indígenas, com 1.333
vivendo na área urbana e 1.611 na área rural. No ano 2000, eles eram pouco mais
de 1.500. O que demonstra um crescimento na declaração dos remanescentes em
relação à cultura e ao legado indígena.
Para Dora Medeiros isso confirma que os
indígenas piauienses “estão ficando mais confiantes”. “Uma barreira grande já
foi quebrada quando nem sequer se reconhecia que no Piauí havia índio por causa
do quase extermínio e da migração em peso, principalmente, para o Maranhão. Mas
pouco a pouco, os remanescentes vêm fortalecendo sua identidade. Quem pensa que
índio urbano não é índio esquece que o desejo dessas pessoas de preservarem a
sua cultura e memória é algo maior”, enfatiza.
Índios do Piauí
No Estado, as etnias indígenas com
remanescentes identificados são três: os Tabajara em Piripiri, os Cariris, em
Queimada Nova, e os Codó Cabeludo, em Pedro II. Mas pesquisas indicam que
existem outras, como os Pimenteiras em Uruçuí Preto.Na Coordenação Técnica
Local (CTL) da Funai no Piauí, sediada em Piripiri, 245 pessoas já se
cadastraram e deram entrada no processo de reconhecimento oficial. “Temos 51
famílias cadastradas, o que equivale a 245 pessoas. Temos também alguns
processos em andamento. Recentemente, índios cariris da Serra Grande,
localizada na divisa com o Ceará, requereram proteção territorial.
E mesmo sem cadastro, sabemos que em Queimada
Nova existem cerca de 150 remanescentes indígenas vivendo na área rural. A
tendência é que existam outros”, disse Yuri Fernando, coordenador da Funai no
Piauí.
Confira programação da 10ª Semana dos Povos
Indígenas:
Dia 19 (Quinta-feira)
8h30 – Abertura oficial – Com a presença de
Yuri Fernando – Coordenador da CTL – FUNAI (Piripiri-PI) e do Cacique José
Guilherme e comitiva dos Tabajara.
9h – Inauguração da exposição “Projeto Oca
Visual” – Realizada pelos alunos do Curso de Artes da Universidade Federal do
Piauí, sob a coordenação do prof. Paulo Vasconcellos e que objetiva promover
uma experiência lúdica com a moradia dos índios.
Dia 23
(Segunda-feira)
14h30 – Seminário sobre Arte Indígena I:
pintura rupestre, aldeias, ocas e cestaria indígena. Ministrado pelos alunos do
Curso de Artes/UFPI.
Dia 24
(Terça-feira)
14h30 – Seminário sobre Arte Indígena II:
pintura corporal, arte plumária e cerâmica indígena. Ministrado pelos alunos do
Curso de Artes/UFPI.
Dia 25
(Quarta-feira)
09h00 – Palestra sobre Arte indígena
Dia 26
(Quinta-feira)
09h00 – Palestra: Índios piauienses e
maranhenses (profa, Me, Síria Borges)